quinta-feira, 24 de outubro de 2013

COLUNA ENSAIO GERAL : BAR DE NÉ

Crônicas de Bom Conselho
Por: Alexandre Tenório.



Este foi sem dúvida o mais importante Bar da minha geração, ficava localizado em frente ao Colégio Estadual Frei Caetano de Messina aonde hoje funciona uma imobiliária.
Originalmente era a sorveteria de seu Abdias Galdino, que sua esposa dona Marieta era quem administrava, pois seu Abdias era delegado. Seu Abdias vendeu a sorveteria a Né, e este transformou num bar.
O bar não tinha nada de original, apenas a sua localização era estratégica para nós jovens; pois de um lado ficava a quadra do Ginásio São Geraldo, do outro lado ficava o estádio Beira-rio, em frente o Colégio Estadual e a saída do Colégio N S do Bom Conselho, em fim, era ali que aconteciam as coisas.
O seu proprietário era Manuel (Né) que é irmão de Luiz Santos Filho.
Naquela época a cerveja de nossa preferência era ANTARCTICA. O danado do Né quando acabava a Antarctica colocava BRAHMA para nós tomarmos, pois ele tirava o rótulo da BRAHMA e colocava o rótulo da ANTARCTICA, e quando vinha para a mesa a cerveja já vinha aberta “para não ver a tampa”. A maioria dos clientes não percebia a troca, porém eu que sempre tive um paladar apurado para cerveja, sentia na hora que era BRAHMA e não ANTARCTICA.
Certa feita num dia de quarta-feira por volta das 16 horas, estávamos jogando bola na quadra do São Geraldo, quando deu sede, fomos tomar uma água mineral Serra Branca, que era a única que tinha em garrafa de vidro, estava presente a este acontecimento eu, Pedro Torres e outro amigo que não me lembro. Né abre a porta da geladeira e pega uma água mineral, é quando Pedro pergunta - se eu já tinha visto água mineral com tampa de Fanta - eu disse que não – nós sabendo que o danado do Né era capaz de tudo, pedimos para que ele nos mostrasse as garrafas de água mineral que estava na geladeira, prontamente ele protestou dizendo que ninguém iria abrir a geladeira para ver as garrafas de água mineral. Nós não tivemos conversa, dois de nós agarramos Né e o outro abriu a porta da geladeira, e lá estava um monte de água mineral todas com tampa de Coca-Cola, Fanta, Antactica...
O nosso amigo Né estava simplesmente colocando água da torneira nas garrafas e vendendo por Mineral. Naquela época eu tinha uma coluna no Jornal “O MANDACARU” que era editado pelo saudoso Zé Soares, a minha coluna era “O PAPAGAIO FALADOR” não tive dúvida coloquei o ocorrido no jornal.
O principal tira-gosto do bar era tripa assada, e realmente a tripa de Né era muita gostosa. Tempo depois ele já morando em Maceió onde tem uma grande loja de móveis, confessou que muita vezes botou para correr ratos que estavam comendo as tripas.

Existia algo interessante com o bar, nós tínhamos uma conta aberta para gastar, bebíamos e mandávamos ele anotar, muitas vezes nós tínhamos dinheiro no bolso e mandávamos anotar. Na hora de acertamos a conta ele botava pra lascar, e nós pagávamos sobre protesto, porém com a cara mais lisa do mundo, nós íamos e começávamos a comprar fiado de novo. E na hora de pagar a conta era outra briga, assim foi até quando o bar acabou.

Um comentário:

  1. Eu gostaria de fazer a correção de um nome citado neste texto. O dono da sorveteria e marido de Marieta Antônio Galdino, e não Abdias como foi mencionado equivocadamente. Abdias era o irmão de Antônio que foi delegado da cidade.

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