segunda-feira, 23 de setembro de 2013

DICA DE LEITURA: “RUÍNAS DO TEMPO”

Por Fernando Chagas da Costa (*)


A obra aqui registrada hoje é de leitura recentíssima. Acabei de lê-la ontem.
O autor, Jess Walter, que também é jornalista, é americano e já escreveu seis romances, sendo “Ruínas do Tempo” o mais recente, cuja crítica foi muito positiva, tornando-se best seller em pouco tempo.

A história, embora de ficção, introduz personagens da vida real, conhecidíssimo de todos, principalmente dos amantes de cinema, como Elizabeth Taylor e Richard Burton. Os demais personagens comuns são também fascinantes.

A construção da história é belíssima e narrada com cronologia não linear, alternando entre passado e presente, a cada capítulo.
A narrativa começa com a chegada, na década de 60, de uma artista de cinema a um minúsculo vilarejo da Itália, chamado de Porto Vergogna, com um diagnóstico trágico (e que posteriormente irá mudar, dando uma reviravolta na situação) para hospedar-se no único hotel dali, administrado por Pasquale Tursi, um jovem humilde e sonhador, que vive no mesmo com sua mãe e a tia e, esporadicamente, um hóspede americano, que aparece anualmente.
O pouco tempo da estadia de Dee Moray (a atriz americana) no vilarejo é suficiente para a construção de tudo que virá depois, desencadeando uma paixão eterna de Pasquale e construindo o vínculo com todos os demais personagens (entre eles, Richard Burton, com sua crônica bebedeira e brigas olímpicas com Elizabeth Taylor; Alvis Bender, o escritor americano hóspede do hotel e suas memórias da guerra; Michael Deane, um diretor de cinema que luta para não envelhecer; Pat Bender, filho de Debra Moore – que você saberá quem é ao longo da história, entre outros) que fazem parte do romance.  Angústias, vícios, sonhos e, principalmente, imperfeições de cada um estarão expostos ao longo da narrativa, escrita com grande beleza por Jess Walter.

O principal fio condutor da obra é o Amor, que foi capaz de ligar 50 anos de separação física.

Gostaria de citar vários trechos da história, mas a crônica ficaria muito extensa, pois reli muitas delas, por serem tão bonitas, críveis e bem escritas. Assim, selecionei apenas uma delas, registrada na página 304 (no Capítulo 18), onde o autor escreve: ”...nós sabemos o que existe lá fora. O que não está é o que realmente nos impulsiona. A tecnologia pode ter encolhido a jornada épica e a transformado em duas viagens de carro e alguns trechos de companhias aéreas regionais – mas as verdadeiras jornadas não são medidas em tempo ou distância, mas em esperança.”

Foi a eterna esperança que manteve viva Dee Moray para Pasquale Tursi e o levou cinco décadas depois a exteriorizar o que manteve guardado por toda uma vida.
Boa e fascinante Leitura.

 (*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do Brasil há mais de 30 anos e professor universitário da área de exatas na Faculdade de Alagoas/FAL, vinculada a Estácio de Sá.

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