sábado, 4 de maio de 2013

Dica de Leitura: SUCUPIRA - AME-A OU DEIXE-A


COLUNA SEMANAL: DICA DE LEITURA.

SUCUPIRA - AME-A OU DEIXE-A.


POR FERNANDO CHAGAs DA COSTA(*).

Muito em breve a Rede Globo vai colocar no ar o remake de “Saramandaia”, novela originalmente apresentada em 1976, uma das obras-primas do realismo fantástico criado pelo genial baiano Dias Gomes (1922-1999), que também deu vida a outros personagens memoráveis como Sinhozinho Malta e a viúva Porcina, em “Roque Santeiro”.
Essas criações já seriam suficientes para colocar o autor no rol dos maiores dramaturgos da literatura nacional. Mas, como se não bastasse tanto sucesso, inclusive com  “O Pagador de Promessas” , peça de teatro que virou filme premiado em diversos festivais, entre eles o de Cannes, na França, em 1962, Dias Gomes criou, em 1973, “O Bem Amado”, novela que viraria posteriormente série na mesma emissora de televisão e que traria à cena, interpretado magistralmente por Paulo Gracindo, o prefeito da cidade fictícia de Sucupira, Odorico Paraguaçu, autor de bordões inesquecíveis.
Para quem tem saudades da novela ou série (apresentada entre 1980 e 1984), há um livro de leitura muito prazerosa, com o título “Sucupira – ame-a ou deixe-a”, escrito em 1982 por Dias Gomes, que apresenta sete casos que o leitor consome velozmente, com a vantagem de mentalizar cada cena como se a materializasse com cada personagem que ficou em sua memória. Você vai voltar a conviver com, além de Odorico, as irmãs cajazeiras, Nezinho do jegue, Zeca Diabo, Lulu Gouveia, Dirceu borboleta, Tuca Medrado, entre outros, e rir à vontade com as inusitadas situações apresentadas.
É uma leitura nostálgica de final de semana, para relaxar e adentrar na mente criativa do autor, que soube, como disse Mário da Silva Brito, usar o ridículo e o farsesco, para quebrar a sacralização de mitos, posturas e comportamentos.
O livro, se não encontrado em alguma livraria que você freqüente, pode ser adquirido facilmente através da internet. E, como diria Odorico, “Vamos deixar os entretantos e partir direto para os finalmentes”... Boa leitura!

(*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do Brasil há mais de 30 anos e professor universitário da área de exatas na Faculdade de Alagoas/FAL, vinculada à Estácio de Sá, e na Faculdade de Administração e Negócios/FAN, vinculada à Fundação Getúlio Vargas/FGV.

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