sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Coca-Cola Zero faz mal?

“Coca Zero dá câncer”?. Vez ou outra você recebe um spam com esse título. Há alguns anos, circula pela internet o boato de que o refrigerante teria sido proibido nos EUA e que apenas países "subdesenvolvidos", como o Brasil, continuariam a vender esse "veneno negro". Alguns desses textos são assinados por supostos médicos e são recheados de links. Você até pode deletar o e-mail, mas fica com uma pulga atrás da orelha: será que faz mal?
Se existe uma resposta simples para a questão, ela pode ser resumida da seguinte forma: não existe estudo que comprove a relação entre refrigerantes light, diet ou zero e a incidência de câncer em humanos. O que não significa que a bebida possa ser consumida como água.
O grande “vilão” associado à Coca Zero é o ciclamato de sódio, adoçante que foi proibido pelo FDA (Food and Drug Administration, órgão regulador de alimentos e remédios nos EUA), mas é aprovado no Brasil e em vários outros países. Mais de 50, segundo a Coca-Cola, que dispõe em seu site uma área só para esclarecer “boatos e mitos” sobre seus produtos ( veja em http://www.cocacolabrasil.com.br/boatos_mitos.asp?inicio=1).
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já recebeu tantos questionamentos que também decidiu divulgar, em 2009, um informe técnico (http://www.anvisa.gov.br/alimentos/informes/40_020609.htm) sobre o assunto. O texto explica como e quando começou toda a polêmica: em meados de 1970, quando um estudo demonstrou que a ingestão crônica de ciclamato aumentava a incidência de tumores de bexiga em ratos, levando o FDA a proibir a substância.
Outras pesquisas não comprovaram o risco, mas os EUA até hoje mantêm a proibição (para os críticos, isso é reflexo do “lobby do aspartame”). Uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Câncer dos EUA, por exemplo, avaliou por 17 anos a ingestão por macacos de quantidades diárias (cinco vezes por semana) de ciclamato equivalentes às de 30 latas de refrigerante dietético. Nenhum dos animais contraiu câncer de bexiga, esclarece a Anvisa.
Em 1999, o ciclamato foi classificado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (Iarc) como pertencente ao Grupo 3, isto é, não carcinogênico para humanos. Segundo a Iarc, “há evidência inadequada em animais de laboratório e em humanos para a carcinogenicidade de ciclamatos”.

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